O mês de dezembro de 2024 foi marcado por uma apreciação histórica do dólar frente ao real, queda no mercado de ações e desvalorização significativa dos títulos públicos, influenciada por fatores econômicos, políticos e sociais.
Conjuntura Internacional
A reunião do Federal Reserve ocorrida em 18 de dezembro cortou os juros básicos nos EUA em 25 pontos-base e surpreendeu ao sinalizar que o espaço para cortes adicionais no próximo ano será limitado a 50 pontos-base, contrariando a expectativa anterior de 75 pontos-base. Essa sinalização reforça um compromisso mais rígido com o controle da inflação, mesmo em um cenário de moderada desaceleração econômica.
Na China, o índice de preços ao consumidor (CPI) de dezembro veio em linha com as expectativas, registrando alta de 0,1% no mês. O índice de preços ao produtor (PPI) registrou queda de 2,3% na comparação anual, com desaceleração na retração em todas as categorias. No entanto, setores como metais ferrosos e derivados de petróleo, continuam em retração, impactados pela demanda enfraquecida.
Panorama Doméstico
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de dezembro foi de 0,52% e fechou o ano com alta acumulada de 4,83%. A exceção do grupo Habitação (-0,56%), os demais grupos de produtos e serviços tiveram alta em dezembro. A maior variação (1,18%) e o maior impacto (0,25 p.p.) vieram do grupo Alimentação e bebidas, seguido por Transportes, com alta de 0,67% e 0,14 p.p.
O dólar apresentou alta firme no mercado doméstico, fechando o ano em R$6,19, refletindo uma acentuada deterioração da política fiscal local, as expectativas de juros mais altos nos Estados Unidos e uma postura mais protecionista do governo de Donald Trump, que assumirá a presidência dos EUA em 20/1/25 e pode indicar pressões inflacionárias adicionais, principalmente aos países emergentes.
O Comitê de Política Monetária (Copom), em resposta à deterioração do cenário inflacionário, elevou a taxa Selic para 12,75%, o que pressionou ainda mais os ativos com maior exposição a risco.
Resultados e Performance
Diante desses cenários citados, a rentabilidade consolidada dos recursos administrados pela BB Previdência em dezembro foi de -0,97%, sendo bastante impactado pela desvalorização da taxa de juros em dezembro, enquanto seu benchmark, INPC+4,1%, registrou 0,82%.
O segmento exterior manteve a liderança na rentabilidade anual, acumulando 35%.
O desempenho consolidado da BB Previdência em 2024 atingiu 3,70%, no mesmo período o retorno dos títulos públicos indexados à inflação com vencimento acima de 5 anos (IMA-B 5+), foi negativo de -8,63%, limitando os retornos dos planos devido à grande exposição nesses ativos, adicionalmente o Ibovespa apresentou performance também negativa de -10,36%.
Desta forma, a BB Previdência continua a buscar consistência na estratégia de gestão e diversificação dos investimentos, mesmo em momentos de adversidade e turbulência econômica, com foco nos retornos acima da meta para o longo prazo.
Fonte: BB Previdência