O mês de junho foi marcado por um cenário de sensibilidade no ambiente externo, com eventos geopolíticos e negociações comerciais influenciando os mercados globais. No Brasil, as atenções se voltaram para o risco fiscal, com o governo buscando alternativas para o equilíbrio das contas públicas, além de divergências entre executivo e legislativo sobre as formas de alcançar esse equilíbrio. Essas questões também impactaram as decisões de política monetária, em um contexto de inflação surpreendentemente elevada.
Conjuntura Internacional
As tensões geopolíticas no Oriente Médio, especialmente o conflito entre Israel e Irã, exerceram forte influência sobre os mercados globais no início de junho. O preço do barril do tipo Brent chegou a se aproximar de US$80 diante da escalada do conflito. Contudo, uma sinalização de trégua nos dias seguintes fez com que a commodity devolvesse os ganhos, encerrando o mês com uma variação positiva de 5,81%.
Nos Estados Unidos, a política comercial e monetária esteve em destaque. Após dias de negociação, EUA e China chegaram a um acordo para restaurar uma trégua na guerra comercial, o que levou a um leve aumento nos rendimentos dos títulos do Tesouro americano. No entanto, a política tarifária do presidente Donald Trump continua gerando incertezas, levando a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) a reduzir drasticamente a previsão de crescimento dos EUA para 1,6% neste ano. Além disso, a Administração de Informação de Energia projetou a primeira queda anual na produção de petróleo do país desde a pandemia. A política monetária do Federal Reserve também foi objeto de reavaliações, com alguns membros do comitê sinalizando a possibilidade de corte de juros, em contraste com a postura mais cautelosa da presidência do banco.
Panorama Doméstico
O Ibovespa encerrou junho com valorização de 1,33%, aos 138.854,60 pontos, enquanto o dólar comercial fechou com queda de 4,99% no mês. A taxa de juros (Selic), em 15% ao ano, manteve o Brasil com o segundo maior juro real do mundo.
O fluxo de capital estrangeiro na B3 permaneceu estável em junho, sem o mesmo ímpeto de meses anteriores, refletindo a cautela diante do cenário externo e a falta de novos gatilhos domésticos. No entanto, no acumulado de janeiro a junho, o volume de captações de dívida no exterior somou US$ 15,5 bilhões, superando o mesmo período de 2024.
O principal vetor de pressão no mercado doméstico foi o risco fiscal. Após a derrubada pelo Congresso da proposta de aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), o governo anunciou um novo pacote de medidas para compensar a perda de arrecadação. A proposta inclui a tributação, com alíquota de 5%, de investimentos até então isentos para pessoas físicas, como Letras de Crédito Imobiliário (LCI), do Agronegócio (LCA), certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e do Agronegócio (CRA). Segundo o Ministério da Fazenda, a medida visa corrigir uma distorção de mercado. Além disso, foi proposta uma alíquota fixa de 17,5% de Imposto de Renda para a maioria das aplicações financeiras.
Em relação à inflação, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de junho registrou 0,24%, abaixo da taxa de 0,26% registrada em maio e acima das expectativas do mercado. No ano, o IPCA acumula alta de 2,99% e, nos últimos doze meses, o índice ficou em 5,35%. Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, em junho, apenas o grupo Alimentação e bebidas apresentou variação negativa (-0,18%). O resultado positivo levou a uma redução nas apostas de uma nova alta da Selic na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de junho.
Resultados e Performance
Diante desses cenários, a rentabilidade consolidada dos recursos administrados pela BB Previdência em junho foi de 0,85%, superando sua meta de referência (INPC+4,1% a.a.), que registrou 0,56% no mês. Com esse desempenho, encerramos o primeiro semestre de 2025 com uma rentabilidade acumulada de 6,68%, o que representa um ganho de 1,51 ponto porcentual em relação à meta, que atingiu 5,17% no período.
O resultado foi impulsionado principalmente pelo segmento Estruturado, com retorno de 1,88% no mês. O segmento da Renda Variável com retorno de 1,39% no mês, se destaca como o segmento de maior retorno no ano, atingindo 16,25%.
A BB Previdência mantém sua estratégia de gestão e diversificação, com o objetivo de enfrentar cenários de incerteza, como o atual, buscando consistência e retornos acima da meta no longo prazo.
Fonte: BB Previdência