Balanço

O mês de maio deu continuidade ao movimento de aversão ao risco. O fator que estimulou tal movimento foi a mudança nas expectativas de juros e a descrença no comprometimento do governo federal com o resultado fiscal, fazendo com que os juros de todos os prazos se elevassem. Diante do pessimismo, o mercado de ações registrou nova queda expressiva.

Análise

O Banco Central do Brasil, através de suas comunicações, havia reforçado a visão de que a desinflação seguia em curso e a reunião a ser realizada em 8.5.2024 traria mais um corte de 0,50 p.p. na taxa Selic. As circunstâncias, contudo, levaram à decisão de reduzir 0,25 p.p., com uma decisão dividida do Copom. Tal divisão gerou incerteza sobre o comprometimento do Banco Central com o controle da inflação, principalmente após a mudança na presidência no final de 2024.

O movimento nos ativos criou uma grande desvalorização tanto em ativos de renda fixa quanto variável. O cenário ainda apresenta um nível elevado de incerteza, porém se delineiam oportunidades. Para os próximos meses, devem ficar em primeiro plano as decisões de política monetária e, principalmente, o tom das comunicações. Por outro lado, a política fiscal também será relevante para a formação de expectativas.

No cenário internacional, ganhou força a tese de que o FED deve iniciar o processo de afrouxamento monetário mais tarde, aguardando a consolidação da desinflação até mesmo em itens menos sensíveis aos juros do índice de inflação. O segundo semestre depende de resultados melhores que o esperado no quesito de mercado de trabalho e inflação, além de sinalizações mais contundentes do FED, para que se dissolvam parte das incertezas e aversão ao risco.

Situação

Considerando o cenário, há a necessidade de acompanhamento cuidadoso dos setores de Renda Variável no Brasil e no Exterior, que devem apresentar volatilidade e oportunidade de entrada. Além disso, as taxas de juros nacionais se encontram em patamar atrativo, acima da meta atuarial e índices de referência dos planos administrados, propiciando oportunidades de compra.

Fonte: https://bbprevidencia.com.br/pensefuturo/boletim-economico/boletim-economico-junho-2024