Boletim Econômico – Dezembro 2024

Boletim Econômico – Dezembro 2024

Balanço

Em dezembro de 2024, o desempenho do PIB brasileiro surpreendeu positivamente, com crescimento no acumulado do ano em 3,1%. Para 2025, as estimativas apontam um avanço superior a 2%, refletindo otimismo moderado. No entanto, o crescimento impulsionado pelo consumo em 2024 pode perder força no próximo ano, devido à possível necessidade de aumento ainda maior das taxas de juros pelo Banco Central, que visa o cumprimento das metas inflacionárias.

Para a última reunião do ano do FED, banco central dos Estados Unidos, que vai ocorrer em 17 e 18 de dezembro, a abordagem deve ser mais gradual para futuros ajustes, dado a incerteza das autoridades do FED em relação ao nível neutro das taxas, conforme registrado na última ata do FOMC.

No cenário interno, o nível de crescimento das despesas públicas, o esgotamento da capacidade ociosa da economia e a taxa de câmbio mais depreciada tornaram mais desafiadora a missão do Banco Central do Brasil de levar a inflação à meta de 3%. Dessa forma, apesar de incerto, elevam-se as expectativas de um aumento de 1 p.p. na última reunião do COPOM, que vai ocorrer em 10 e 11 de dezembro.

Análise

Para os próximos meses, os juros mais altos na tentativa de segurar a inflação devem puxar o freio do PIB nos trimestres subsequentes. Além disso, o comportamento fiscal do governo estará em foco e o impacto disso pode afetar bastante a volatilidade dos ativos no curto prazo.

A disparada recente do dólar, que bateu recordes históricos sucessivos acima de R$ 6,00, somado à piora das condições financeiras, ajudam a ampliar a pressão que já se via na inflação e, com isso, o custo do crédito tende a subir, em um ambiente de famílias já endividadas.

A possível volta da guerra comercial que Donald Trump pode fazer com a China, pode levar a um risco de entrada em maior escala de produtos chineses em economias em desenvolvimento, como o Brasil, que tende ameaçar a indústria.

Situação dos mercados

O segmento de renda fixa no Brasil segue em patamar atrativo, com oportunidades acima das metas de referência para os planos de previdência, embora ainda estejam sujeitas às oscilações sensíveis a política monetária e fiscal. Os agentes do mercado já precificam uma Selic terminal acima de 14% em 2025.

A renda variável, por sua vez, segue com múltiplos depreciados dado o nível de prêmio de risco e a alta inflação que impactam as operações das empresas. Ademais, o investidor estrangeiro continua saindo da bolsa brasileira, que perde o seu fluxo comprador, além de ser menos atrativos que os spreads dos títulos públicos federais.

É fundamental monitorar de forma atenta às dinâmicas globais e as condições econômicas globais, pois elas servirão como base para direcionar as escolhas relacionadas à alocação de ativos nos próximos meses.

Glossário

FED – Banco central dos EUA

COPOM – Comitê de Política Monetária: órgão do Banco Central responsável pela definição das taxas de juros

FOMC – Federal Open Market Committee – Comitê do Federal Reserve

Fonte: https://bbprevidencia.com.br/pensefuturo/boletim-economico/boletim-economico-agosto-2024