O cenário deste mês revela como as decisões de política monetária e as trajetórias da política fiscal são os principais vetores que moldam as perspectivas para a economia global e doméstica.
Observa-se uma nítida tensão entre o otimismo dos mercados de ativos, que celebram a proximidade de novos recordes na taxa básica de juros brasileira, e a persistência de desafios estruturais, como o equilíbrio das contas públicas e a ancoragem da inflação. As ações dos bancos centrais, ora focadas no estímulo, ora mantendo a cautela máxima, somadas às diferentes posturas fiscais adotadas pelos governos, destacam a complexa busca por um equilíbrio sustentável, definindo o apetite ao risco e o ritmo da atividade econômica nos próximos meses.
A economia brasileira apresentou um cenário mais favorável, com uma melhora contínua nas projeções de inflação.
Conjuntura Internacional
Outubro também foi marcado por incertezas adicionais nos Estados Unidos, decorrentes do shutdown que suspendeu a divulgação de dados oficiais e obrigou o mercado a recorrer a indicadores secundários para interpretar o comportamento da economia.
O Federal Reserve reduziu a taxa básica em 0,25 p.p., para o intervalo entre 3,75% e 4% ao ano, mas adotou um tom cauteloso quanto à continuidade do ciclo de afrouxamento monetário. As declarações e votos divergentes entre os membros do comitê reforçaram a percepção de incerteza sobre a possibilidade de um novo corte de juros na reunião de dezembro.
Nos Estados Unidos, os dados correntes indicam uma desaceleração da atividade, com crescimento do PIB mais fraco e o consumo perdendo força. No entanto, esse arrefecimento é contraposto por um forte impulso da política fiscal expansionista e pela continuidade do ciclo de cortes de juros promovido pelo Fed. Essa combinação gera a expectativa de que a economia possa voltar a acelerar, mas também acende um alerta de médio prazo quanto ao risco de uma bolha de ativos, caso o Fed precise reverter os cortes futuramente.
A relação entre Washington e Pequim se deteriorou novamente após novas restrições americanas a navios e empresas chinesas — às quais a China respondeu impondo limites à exportação de metais raros, insumos essenciais para a indústria de semicondutores, baterias e equipamentos de defesa.
Panorama Doméstico
O Ibovespa fechou o mês de outubro aos 149.549 pontos, com alta de 2,26% em relação a setembro, mesmo chegando a ficar mais de 3% negativos no mês, com isso chegou a 24,33% no ano. O índice foi impactado pelo início da temporada de divulgação de resultados das companhias listadas. Este foi o oitavo mês do ano positivo – apenas fevereiro e julho ficaram negativos. O dólar fechou em baixa de 0,04% ante o real, sendo negociado a R$ 5,3795.
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passou de 0,48% em setembro para 0,09% em outubro, um recuo de 0,39 ponto percentual. Esse resultado é o menor para um mês de outubro desde 1998, quando foi registrado 0,02%. No ano, a inflação acumula alta de 3,73% e, nos últimos 12 meses, o índice ficou em 4,68%. A energia elétrica é a principal influência negativa no índice do mês (-0,10 p.p.), com destaque para a energia elétrica residencial, que registrou queda de 2,39%.
Apesar do ambiente de mercado mais estável, o cenário fiscal brasileiro continua sendo motivo de preocupação. Soma-se a isso a incerteza gerada pelo contexto eleitoral, que dificulta a confiança em uma política de consolidação fiscal mais firme a partir de 2027.
As últimas semanas foram marcadas por uma reaproximação diplomática entre o governo brasileiro e o presidente Donald Trump, abrindo espaço para possíveis negociações sobre a redução de tarifas.
Resultados e Performance
Diante desse cenário, a BB Previdência registrou rentabilidade consolidada de 0,93% nos recursos administrados, enquanto o benchmark, INPC + 4,1%, apresentou variação de 0,37%. No acumulado do ano, o resultado foi de 10,15% versus 7,18% do benchmark.
O segmento de Renda Variável apresentou o melhor desempenho no mês de outubro, com rentabilidade de 1,82%, capturando a valorização da bolsa brasileira. Também se destacou o segmento Estruturado, com rentabilidade de 1,07%.
O desempenho positivo reflete, principalmente, a estratégia de alocação em ativos indexados ao CDI e o efeito favorável da marcação a vencimento em uma parte das NTN-Bs.
Com isso, a BB Previdência reafirma seu compromisso com a administração responsável dos recursos, pautada na transparência, segurança e consistência nos resultados.
Fonte: BB Previdência